Após realizar visitas técnicas em cinco estados da Região Norte, a equipe da Sala de Situação Nacional de Emergências Climáticas em Saúde chegou, nesta segunda-feira (21), ao estado do Amapá para fazer um diagnóstico situacional dos impactos da seca extrema e estiagem que afetam a região.
"A Sala de Situação, com o estado e em parceria com os municípios, vai esboçar um diagnóstico para que possamos fazer uma devolutiva ao estado e traçar as principais ações e estratégias de resposta no enfrentamento das emergências de saúde pública que vêm afetando o Amapá", afirmou o diretor do Departamento de Emergências em Saúde Pública (DEMSP), que está no comando da Sala, Edenilo Baltazar Barreira Filho.
Dos 16 municípios amapaenses, 9 relataram problemas gerados pela crise hídrica, como a salinização dos rios, mortandade de peixes e a escassez de água. Os três principais rios do estado - Amazonas, Araguari e Matapi - estão com nível baixo devido à estiagem. Hoje, esse é o principal problema relatado pelo governo local. No decorrer da semana, a equipe visitará um dos municípios mais afetados pela mudança climática: Tartarugalzinho.
A missão ainda passará pela capital Macapá e pela aldeia Urunai, na Terra Indígena do Parque do Tumucumaque. De acordo com a Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), o Distrito Sanitário Especial Indígena (DseiAmapá e Norte do Pará, no Amapá, possui 103 aldeias, com mais de 10 mil indígenas. Dessas, 71 foram atingidas pela estiagem, afetando 4.137 pessoas, ou seja, 38,8% da população aldeada no estado.
Em relação ao número de focos de incêndio no estado, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), de 1º de janeiro a 20 de outubro deste ano, foram registrados 494 focos. Comparando com o mesmo período do ano passado (1.167), houve uma redução de 57%. Entre as ações para a redução das queimadas, a Secretaria de Meio Ambiente local decretou a proibição do uso de fogo em todo o território, no período de 1º a 31 de outubro de 2024, como forma de prevenção aos focos de calor, incêndios florestais e aos índices de qualidade do ar prejudiciais à saúde.
A equipe da Sala de Situação se reuniu com representantes da secretaria de saúde local e realizou uma reunião híbrida no Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Amapá (Cosems/APcom os gestores municipais para compreender os impactos nos municípios e as necessidades de cada um, destacando as ações de contingência. Os técnicos também visitaram a sala de situação do estado, onde é feito o monitoramento da qualidade ambiental diariamente e em tempo real.
Missão de Emergências Climáticas
A missão é composta por técnicos das secretarias de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), Atenção Primária à Saúde (SAPS), Atenção Especializada à Saúde (SAES) e da Sesai, além de representantes da Secretaria de Saúde Pública do Amapá.
Fonte Ministério da saúde