Em uma entrevista, o Comandante Geral da Polícia Militar de São Paulo, Coronel Cássio Araújo de Freitas, abordou questões críticas relacionadas à violência policial e os desafios enfrentados pela corporação. Ele reconheceu que, apesar de incidentes graves envolvendo policiais, como o caso de um homem jogado de uma ponte e a morte de um garoto de quatro anos em um tiroteio, esses são considerados erros individuais e não refletem a instituição como um todo. O Coronel enfatizou que a Polícia Militar de São Paulo, com mais de 100 mil integrantes, tem intensificado protocolos e treinamentos para evitar tais ocorrências, mantendo uma taxa de erro inferior a 1% em mais de 30 milhões de atendimentos. “Esses casos são tratados como casos de erros pessoais. A individualização desses policiais e das circunstâncias atenuantes ou agravantes estão sendo apuradas”, declarou.
O Coronel Freitas detalhou o procedimento de investigação e penalização de policiais envolvidos em má conduta. Ele afirmou que a Corregedoria da Polícia Militar age rapidamente, instaurando inquéritos antes mesmo da divulgação de imagens, como no caso do policial que jogou um homem da ponte. O Comandante ressaltou que, além das consequências legais, há também consequências administrativas que podem levar à demissão do policial, caso comprovado o desvio de conduta. Ele destacou a importância do controle emocional e da atitude responsável dos policiais, especialmente em profissões que lidam com vidas humanas.
Sobre o impacto da violência policial nas comunidades vulneráveis, o Coronel Freitas afirmou que a Polícia Militar mantém um histórico de boa prestação de serviços nessas áreas, realizando ações e atendimentos de emergência. Ele reconheceu que episódios de violência afetam a imagem da instituição, mas garantiu que a corporação continuará trabalhando para manter a confiança da população. O Comandante destacou que a presença da polícia em comunidades vulneráveis é essencial para garantir a segurança e o bem-estar dos moradores, e que esforços contínuos são feitos para melhorar essa relação. “É claro que episódios como esse maculam a imagem da instituição. Mas a nossa resposta será continuar o trabalho. Continuaremos trabalho pelas pessoas independentemente de onde elas residem. Nosso trabalho é um serviço público. Vamos continuar um trabalho de aproximação para que a nossa confiança não seja perdida”, afirmou o coronel.
Em relação ao uso de câmeras corporais, o Comandante defendeu sua importância para melhorar os procedimentos operacionais e formar provas. Ele destacou que a estratégia de uso de câmeras é uma iniciativa da própria Polícia Militar de São Paulo, em vigor há mais de uma década. Segundo o Coronel Freitas, as câmeras têm se mostrado eficazes não apenas na coleta de evidências, mas também na proteção dos próprios policiais contra falsas acusações. A implementação dessa tecnologia é vista como um passo importante para aumentar a transparência e a responsabilidade dentro da corporação.
*Com informações do Jornal da Manhã