Contrabando, falsificação e pirataria avançam em ritmo acelerado. No Dia Nacional de Combate ao Contrabando e Descaminho, 3 de Março, o Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCPchama a atenção para os impactos da ilegalidade no país.
Só em 2024, as atividades ilícitas em 15 setores da economia causaram prejuízo de R$ 468,3 bilhões, segundo levantamento do FNCP - pioneiro no levantamento, realizado desde 2014. Esse montante inclui as perdas da indústria (R$ 327,8 bilhõese a evasão fiscal (R,4 bilhõesgerada pelo ilícito. O resultado representa um salto de 62% em relação a 2020. O impacto da ilegalidade aumentou quase R$ 200 bilhões nesse período, pressionando ainda mais a indústria nacional e a arrecadação tributária.
"O avanço do mercado ilegal no Brasil é um problema estrutural que precisa ser enfrentado. Em uma década, as perdas mais que quadruplicaram, e o ritmo de crescimento segue acelerado. Estamos falando de um sistema que não apenas drena recursos da economia formal, mas também alimenta o crime organizado e desestabiliza setores inteiros da indústria nacional. Ou seja, se o produto legal fica mais caro, isso vai favorecer o ilícito e o crime organizado", afirma Edson Vismona, presidente do FNCP
O impacto do contrabando e da falsificação atinge de vestuário a combustíveis, passando por eletrônicos e cigarros. Vestuário é o mais impactado, com perdas de R$ 87,3 bilhões. Em seguida, vem o de bebidas alcoólicas (R$ 85,2 bilhões); combustíveis (R$ 29 bilhõese higiene pessoal, perfumaria e cosméticos (R$ 21 bilhões). Cigarros (R$ 8,8 bilhõese celulares (R$ 9,7 bilhõestambém compõem a lista.
Produto mais apreendido
O contrabando de cigarros segue como uma das atividades mais rentáveis aos criminosos, apresentando baixo risco e penas leves. Em 2024, a Polícia Rodoviária Federal apreendeu 59 milhões de maços ilegais no país O item é o mais confiscado pela Receita Federal. Isso indica que, apesar dos esforços de fiscalização, o crime organizado segue dominando esse mercado, oferecendo um produto sem nenhum controle sanitário, enquanto dribla a arrecadação tributária. Apenas em 2024, segundo dados do IPEC, as facções criminosas movimentaram cerca de R$ 9 bilhões com a venda de cigarros ilegais, causando um prejuízo de R$ 7,2 bilhões em evasão fiscal.
Fonte Diário de Pernambuco